NÃO TOQUES NO MEU UNGIDO:

    

    Texto de: Pr. Pedro Liasch Filho

    Enviado por: Christian Antonio

    Rio de Janeiro/RJ.

 

    No tocante ao artigo"O Efeito Garotinho"de Jehozadak A.Pereira,que vem despertando polêmica e provocando reações-algumas sensatas,outras desequilibradas, outras ainda totalmente descabidas por seu teor essencialmente mundano - vejo-me no dever,como servo do Reino, de trazer à luz algumas ponderações a respeito dos ministros cristãos de nossos dias, considerações que fazem parte de meu novo livro, ainda sem título, a ser publicado pela Editora Reviva.

 

    Segundo levantamentos realizados por entidades missionárias, existem mais de 150 mil templos e casas de cultos evangélicos no país, e cada um deles tem pelo menos um pastor, razão pela qual, esbarramos com pastores de todo naipe em cada esquina.

 

    Quantidade, porém, não basta. Se tivéssemos semeadores idôneos na mesma proporção em que os ministros proliferam hoje em dia, a evangelização do mundo, com a colheita final, já teria sido concluída, e os crentes salvos já teriam sido arrebatados por Cristo e estariam no céu há muito tempo.

 

    Que de fato a obra de Deus, nos dias de hoje, está infestada de falsos pastores, disso, nenhum ministro que se preze tem dúvida. Temos ministros inidôneos, incompetentes, mercenários, egocêntricos e os que se acham donos da obra, dedicados mais a si mesmos que ao Reino.

 

    Temos obreiros que, ostentando o título de semeador, não semeiam e, como se não bastasse, são negligentes, infiéis à missão evangélica, à doutrina de Cristo e ao próprio Cristo.

 

    Outros há que, pregando com a voz, despregam com a vida. Há também ministros insubmissos ao seu ministério, promotores de divisões; presunçosos da própria função, desonestos nos negócios particulares, adúlteros, mundanos.

 

    O pior da história é que, mesmo tendo perdido a autoridade ministerial e moral, continuam no exercício de suas funções. Estão caídos, porém, vivem como se estivessem em pé, como lobos em pele de ovelhas causando escândalos e destruindo a obra de Deus.

 

    Parafraseando o célebre texto das nulidades, de Rui Barbosa, os pastores que permanecem fiéis e resistem às forças do mal poderiam declarar - como de fato têm declarado com todas as letras - sem pudor e sem receio de ofensas que, de tanto ver triunfar as nulidades do ministério cristão, de tanto ver prosperar a sua desonra, de tanto ver crescer as suas injustiças, de tanto ver agigantar-se nas mãos deles os poderes temporais, chegam a desanimar da virtude cristã, a rir-se da honra evangélica e a ter vergonha de se chamarem ministros de Cristo.

 

    Pudera! Já não se fazem ministros como antigamente. Quem se lembra de Samuel, Elias, Natã, Micaías, Eliseu, Esdras, Daniel, João Batista, Pedro, João e Paulo?

 

    Observe, por exemplo, a autoridade moral de Natã, repreendendo o Rei Davi quando este cometeu pecado de impureza sexual e assassinato (2Sm 12.7); a intrepidez de Elias, censurando o rei Acabe por abandonar-se aos atos reprováveis diante do Senhor (1Rs 21.20); o destemor de Esdras, denunciando a transgressão do povo de Israel (Ed 10.10); a ousadia de Daniel, revelando o pecado de Belsazar (Dn 5.22); a coragem de João Batista, condenando o adultério de Herodes com Herodias, sua cunhada (Mt 14.3,4).

 

    Acaso temos hoje ministros com semelhante autoridade ministerial e moral? Encontraremos hoje algum pastor com autoridade para exortar outros ministros nos termos em que Paulo, por exemplo, se expressou aos bispos e diáconos de Filipos? Paulo recomendou-lhes que, unidos, seguissem o exemplo dele próprio e observassem os que viviam de acordo com o padrão de comportamento apresentado pelos apóstolos (Fp 1.1; 3.17). Aos coríntios, aconselhou que o imitassem, tal como ele, Paulo, seguia o exemplo de Cristo (1Co 11.1)

 

    Ora, ora, se o semeador da Palavra não é qualificado para a própria função, tendo ainda perdido a sua autoridade ministerial e moral, tornando-se falso ministro, como se vê hoje em dia, jamais a lavoura do Reino produzirá frutos espirituais. O ministro carnal, isto é, o que não produz frutos espirituais, de modo algum poderá conduzir um rebanho. "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?" (Lc 6.39).

 

    Não foi sem razão que Paulo, nunca permitindo vir a ser desqualificado para o Reino de Deus, se propôs esmurrar o próprio corpo, fazendo dele seu escravo, a fim de que, depois de ter pregado aos outros, ele mesmo não viesse a ser reprovado (1Co 9.26, 27). Demais disso, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse também não pertence a Cristo (Rm 8.9). E quem que não está com Cristo está contra ele, e aquele que com Cristo não ajunta, espalha (Mt 12.30).

 

    Muitos ministros de hoje, já prevenidos quanto a possíveis ataques por causa de seu mau comportamento, ou de sua falsidade, buscam apoio em textos da Bíblia, como, por exemplo: "Não toquem nos meus ungidos" (Sl 105.15); e "Não julguem para que vocês não sejam julgados" (Mt 7.1). Além disso, procuram dissimuladamente incutir tais conceitos na mente do povo a fim de garantir outros defensores de sua condição de ungidos do Senhor.

 

    No entanto, a frase "não toquem nos meus ungidos" não tem a conotação de resguardo ao detentor da unção ministerial. Até porque, no Novo Testamento, a unção não é privilégio de ministros, mas está disponível a todos os que estão em Cristo Jesus. Em sua primeira carta, João esclarece que os cristãos têm a unção que procede do Santo (1Jo 2.20). E acrescenta: "A unção que receberam dele permanece em vocês...". (1Jo 2.27).

 

    Na verdade, a expressão, "não toquem nos meus ungidos", uma alusão ao incidente ocorrido entre o rei Abimeleque, Abraão e Sara (Gn 20.1-13), em que Abraão mentiu, afirmando que Sara não era sua esposa, não se refere à posição, e sim, à integridade física do ungido de Deus. Dessa forma, Deus protegeria qualquer um de seus servos, mesmo alguém que não tenha sido ungido para alguma função. Ainda que Abraão não tivesse a unção de profeta (v 7), Deus o teria protegido do mesmo jeito.

 

    Observe que, tendo sido avisado em sonho durante a noite de que seria punido se tomasse Sara por sua esposa, Abimeleque desistiu imediatamente de seu plano.

 

    No entanto, de acordo com Gênesis 20.7, e em comparação com Salmos 105.15, embora proibido por Deus de tocar em Abraão, ungido do Senhor, e de causar dano físico ao profeta, o rei não vacilou em repreendê-lo pelo fato de haver mentido a respeito de Sara.

 

    Tal repreensão, porém, não significa que Abimeleque, por haver atingido verbalmente Abraão, tenha desobedecido à ordem de não tocar no ungido de Deus.

 

    O caso de Saul (1Sm 24) é semelhante. Embora Davi houvesse tido oportunidade de matá-lo, apenas cortou-lhe uma ponta do manto, sem que o rei o percebesse.

 

    Ainda assim, ficou com remorsos e disse aos seus soldados "Que o SENHOR me livre de fazer tal coisa a meu senhor", isto é, de feri-lo fisicamente. Em seguida, Davi repreendeu os soldados e não permitiu que atacassem Saul.

 

    Então, mostrando o pedaço do manto em sua mão, disse ao rei: "Cortei a ponta do seu manto, mas não o matei. Agora entenda e reconheça que não sou culpado de lhe fazer mal ou de me rebelar. Não lhe fiz mal algum, embora você esteja à minha procura para tirar-me a vida. O SENHOR julgue entre mim e você. Vingue ele os males que você tem feito contra mim, mas não levantarei a mão contra você".

 

    Isso fez Saul reconhecer que Davi era mais justo do que ele. E, chorando em alta voz, disse a Davi: "Você me tratou bem, mas eu o tratei mal. Você acabou de mostrar o bem que me tem feito; o Senhor me entregou em suas mãos, mas você não me matou... Que o Senhor o recompense com o bem, pelo modo como você me tratou hoje".

 

    Note que o que estava em jogo de fato era a vida de Saul, não a sua posição de rei, de ungido do Senhor. Tanto é verdade que, atacando duramente a Saul, Davi o repreendeu pelo fato de haver dado ordem ao seu exército para matá-lo. Isso também não quer dizer que Davi tenha desobedecido à Palavra por atacar verbalmente o ungido do Senhor.

 

    "... Não julguem, para que vocês não sejam julgados" (Mt 7:1) é outro texto usado por muitos pastores como escudo, para se protegerem de argüições a respeito de seu mau comportamento no Reino de Deus. De fato, fora do contexto, a passagem dá a entender tratar-se de acusações indevidas.

 

    Certa vez, eu conversava com alguém, freqüentador de igrejas, a quem irrefletidamente falava a respeito de erros doutrinários verificados em algumas igrejas. De pronto ele insurgiu-se contra mim, dizendo: Pastor, você conhece a Bíblia. Não diz lá que não devemos julgar, para não sermos julgados? Aí, tudo se complicou, pois até convencê-lo de que a minha observação não era julgamento, mas constatação de fatos, a conversa foi longe.

 

    Na verdade, como bem sugere o contexto de Mateus 7:3-5, Jesus referia-se ao julgamento hipócrita dos fariseus, cuja vida eivada de erros não lhes dava o direito de acusar ninguém: "Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: Deixe-me tirar o cisco do seu olho, quando há uma viga no seu? Hipócrita, primeiro, tire a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão".

 

    De fato, nessas circunstâncias, ninguém que viva no pecado teria autoridade moral para julgar alguém, no sentido de argüi-lo de seus erros. No entanto, ao ministro de mãos limpas e ainda investido de autoridade ministerial, como ressaltou Jesus, cabe tanto julgar - não apenas pela aparência, mas pela reta justiça (Jo 7.24) - quanto exortar, repreender e corrigir, como Paulo solenemente recomendou a Timóteo (2Tm 4.2).

 

    Deve-se expor o falso ministro?

 

    Muitos pastores de hoje, fiéis a Cristo e ao seu ministério, estão inconformados com os falsos ministros que se avolumam assustadoramente, causando grande prejuízo ao Reino de Deus, porém, com medo de se expor ou de ferir à ética, acusam-os apenas de forma generalizada, omitindo os nomes. No entanto, assim como não devem ter de que se envergonhar, também não devem temer fazer tais denuncias, desde que sejam fundamentadas na Palavra de Deus.

 

    Assim como Paulo denunciou os falsos apóstolos, de igual modo o ministro de Cristo, consciente do status e de sua responsabilidade como servo de Cristo e, por isso, guardião de seu Reino, tem a obrigação de alertar o povo de Deus, e não só denunciar os falsos ministros, mas também declarar o nome deles, para que, sabedores de quem se trata e que de fato são falsos pastores, os crentes sejam preservados e possam não só evitá-los, mas também repudiar os seus falsos ensinamentos e rejeitar as suas tendenciosas pregações.

 

    Assim procedia o apóstolo Paulo, que não só denunciava os falsos ministros de sua época, como também declarava o nome deles - e ainda os excluía da comunhão da igreja. Ele citou, por exemplo, Himeneu, Alexandre e Fileto, cujo falso ensinamento de que a ressurreição já se realizara, se alastrava como câncer.

 

    Eles rejeitaram a boa consciência e, por isso, não só naufragaram na fé como foram expulsos do ministério (1Tm 1.19,20; 2Tm 2.16,17).

 

    De mais a mais, não denunciá-los seria conivência com a falsidade. Segundo Caldas Aulete, conivência significa tanto dissimulação quanto fingir ignorar o mal praticado por outrem. Significa ainda propósito premeditado de não contrariar, ou antes, de encobrir a falta de alguém. É o que chamamos cumplicidade.

 

    Logo, o ministério cristão que não aponta a falsidade dos chamados ministros de Cristo e não os corrige incorre no mesmo erro, a saber, no pecado da conivência ou da cumplicidade com o erro. Ao mesmo tempo, se o pastor que se diz autêntico não denuncia o falso, torna-se também conivente com a falsidade.

 

    É como se de propósito permitisse que o inimigo ficasse à vontade para se aproveitar da lavoura do Reino. Em outra figura de linguagem popular, é o mesmo que deixar a raposa tomar conta do galinheiro.

 

    Diz a Palavra (1Sm 3 e 4) que os filhos do sacerdote Eli, Finéias e Hofni, que também eram sacerdotes e por tanto ministros de Deus, eram ímpios e não se importavam com o Senhor, tornando-se adúlteros e aproveitadores em atividade no Templo.

 

    No entanto, por ser conivente com o pecado dos filhos, o sacerdote Eli veio a ser duramente castigado pelo Senhor. Disse Deus a Samuel que julgaria a família de Eli, para sempre, por causa do pecado dos filhos dele, pois o sacerdote estava ciente da má conduta deles, mas não os punia.

 

    De fato, a revelação de Samuel cumpriu-se quando o povo de Israel foi derrotado pelos filisteus. Nessa batalha, morreram Finéias e Hofni, e a arca do concerto foi tomada. Com a trágica notícia da morte dos filhos, da derrota de Israel e do despojo da arca, o sacerdote Eli, com 98 anos de idade, arqueando-se para trás em sua cadeira, caiu, quebrou o pescoço e morreu. "... Não seja cúmplice do ímpio...". Êx 23.1.

 

    Ora, ora, não é pelo fato de o pastor vir a ser essa figura divinizada, o anjo da igreja, que deva ser intocável. Nem por isso você tem de segui-lo cegamente ou defendê-lo incondicionalmente.

 

    Isso não teria sentido, porque, primeiro, não podemos transigir com o pecado do pastor, se estiver vivendo nele, e, segundo, não devemos seguir cegamente o ministro, muito menos defendê-lo sem restrições, caso esteja se comportando em desacordo com a Palavra, seja dando mau testemunho, seja por haver se tornado falso ministro.

 

    De maneira explícita, bem clara, a Bíblia ensina que tais ministros devem ser disciplinados perante a comunidade, argüidos, corrigidos ou até excluídos do ministério, conforme o caso: "Os que pecarem deverão ser repreendidos em público, para que os demais também temam" (1Tm 5.20); "Repreenda-os severamente, para que sejam sadios na fé" (Tt 1.13); "Repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina" (2Tm 4.2); "É isso que você deve ensinar, exortando-os e repreendendo-os com toda a autoridade..." (Tt 2.15).

    DEUS TE ABENÇOE.

 

    COMENTÁRIOS NO FACEBOOK:

    Olá Ginaldo,

    Roberto Giovanni Cartoni,

    Roberto escreveu: "todos os pastores e pastoras que usa o dízimo para o seu próprio benefício e depois diz que é a prosperidade que o Senhor lhe deu ,prestará conta a Deus,pois dízimo é para os orfão ,viúvas,estrangeiros e levitas da casa de Deus ,hoje se usa para a manutenção de igreja e mais nada,se é obrigatório entregar o dízimo ´logo se vê que obrigatório fazer o uso da administração correta do dízimos entregue nas igrejas Malaquias 3:10, diz para que mantimento e não prosperidade para o bolso dos pastores,mantimento significar sustentar aquele que tem fome e necessita de alimento é para a sobrevivência da igreja e não enriquecimento dos pastores."

 

    Caverna De Adulão: Tem que denunciar estes corruptos dos ''templos'' que continuam vendendo agora não mais pombinhas,carneiros...mas lenços,toalhas e bençãos...Onde estãos os profetas!!! Onde estão aqueles que se encomodam,onde estão aqueles que não compactuam com esta canalhíces...

 

 

    Andre Franco: E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. 2 Pedro 2:3 E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda. João 2:16

 

    Johnny Banderas, Eu sugiro a vc e aos amigos blogueiros da reforma criarem o prêmio PERSONALIDADES "ÓLEO DE PEROBA DO ANO" O que acha??? Já tenho o meu candidato para votar e vcs??? Vamos tirar essa ideia do papel?KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Ginaldo: “Sal insípida só presta para ser pisado pelos homens...”

 

    Mensageira Da Esperança Rita Delfino em nenhuma pagina da biblia voce vai ver JESUS vendendo nada...DE GRAÇA DAI DE GRAÇA RECEBEI

    FIM

Comentários